VIM HOJE AQUI RECLAMAR DA VIDA, SIM (E ALGUMAS BOAS NOTÍCIAS)
Hoje vamos de notícias quentinhas, tão quentinhas quanto o ardor que senti ao ser queimada por uma caravela enquanto tomava meu tão querido banho de mar. Sim, senhoras e senhores, mais um animal se volta contra mim. Já foram um mamífero chordata e um cnidário; apostas a qual filo pertencerá o próximo animal que irá me atacar? Deixem nos comentários suas sugestões (absolutamente ninguém).
Azar? Vocês já sabem que isso não existe: já falamos disso por aqui. Eis que ontem, na nossa querida Maceió que não se decide em qual estação do ano estamos, uma chuva torrencial abalou os céus e a terra, inclusive o pedacinho de terra da minha faculdade que tem um quebra-molas daqueles da altura de um prédio. O local onde ele fica estava completamente alagado, cobrindo-o inteiramente, o que me fez esquecer da sua existência e passar por ele com o carro numa velocidade considerável.
BUM. "O que foi isso? Sei não, deixa para lá". Trinta segundos depois o segurança da faculdade me avisa que a peça-sei-lá-qual-o-nome se soltou do carro e estava arrastando no chão, me aconselhando a ir na oficina mais próxima. Tá. Bacana. A peça era apenas a que protege o motor, o mesmo motor que passou por ruas alagadas até chegar à oficina. Mas deu tudo certo e ele passa bem.
Fecho os olhos e penso em Carl Sagan, Bertrand Russell e até no meu melhor amigo Karl Marx a fim de lembrar-me que preciso olhar a materialidade dos fatos e enxergá-los como se mostram a mim. Azar não existe. Porém isso não significa que eu não possa irracionalmente culpar o universo pelos meus problemas (mundanos, eu sei; dramática, eu sei).
VIM HOJE AQUI RECLAMAR DA VIDA, SIM.
Aliás, tenham amigos que não só aguentem, como acolham suas reclamações, reclamem junto com vocês e ainda contribuam com suas próprias reclamações (oi, amigo). Ver o lado bom dos acontecimentos? Não, obrigada. Positividade tóxica? Longe de mim.
Vejam bem, eu acordo todos os dias às 5:30 da manhã para caminhar ou correr, mas faço isso me arrastando até sair da cama e com uma pontinha de ódio no coração. Se me deparo com uma pessoa good vibes, energia lá em cima, efusiva, uhull, "olha o nascer do sol, que lindo", volto para a cama imediatamente. Tá, estou exagerando; eu mesma sou do tipo que entoa "olha que marzão lindo, que cores, como a natureza é bela". Somente me encontro meio ranzinza e demando aqui meu direito à chatice momentânea. Amanhã vai fazer sol, o céu estará mais azul do que nunca e eu estarei com um sorriso no rosto.
P.S. Pulei a história da pilha devido ao mau humor que precisava ser extravasado.
P.S.2 Como diz o ditado: um pouco de droga, um pouco de salada. Estou muito feliz que consegui a presença de uma grande feminista reconhecida no Brasil em um evento da Liga Acadêmica de Saúde Mental da Mulher da qual faço parte (não posso dar detalhes ainda shhhhh) e nem estou acreditando como vai ser incrível.
P.S.3 Acabo de voltar de uma consulta com a dermatologista e meu sorriso já está restaurado: segundo ela não preciso de nenhum procedimento estético no rosto, minha pele é ótima e minha estrutura óssea melhor ainda. Arrasei.
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