JOÃO UBALDO, CRÔNICAS E MINHA VIDA SEM GRACINHA

 Então, né. Era para eu estar aqui praticando minha escrita no formato de crônicas, que foi a minha intenção ao retomar o blog. Por que crônicas, Marina? Por causa de João Ubaldo Ribeiro e o livro A Arte e Ciência de Roubar Galinha, uma coletânea de crônicas que ele escreveu durante anos para um jornal de Salvador sobre o cotidiano de sua vida na ilha de Itaparica. A escrita me encantou: engraçada, leve, sobre acontecimentos aparentemente banais mas que rendem descrições poéticas e até emocionantes - claro, com ajudinha do exagero já conhecido dos escritores.

Daí que eu tenho que pinçar episódios da minha vida e compartilhar aqui com vocês - fazendo umas gracinhas para dar aquela "interessância". Chegamos aqui a um impasse: as coisas curiosas que ocorrem comigo são, digamos, de cunho muito íntimo (pois faço parte da demografia solteira hétero 35+, conhecida por ser formada por mulheres que passam por situações das mais bizarras com homens - pelamordedeus nao estou falando de coisas sexuais,  tá? Só das bizarrices que homens heterossexuais cis fazem) e o excesso de auto exposição deixo pro Twitter (mentira, parei com isso). Tá, o que sobra? Umas historiazinhas muito sem graça - é só voltar alguns posts e ler a crônica do coqueiro (haha).

É isso, gente, minha vida é bem sem gracinha. Sou caseira, meus programas preferidos passam de ouvir música a assistir filmes e ler. Sem gracinha. Porém decidi utilizar as habilidades adquiridas no primeiro semestre da faculdade de Psicologia na matéria Técnicas de Observação Psicológica e estou começando a prestar atenção ao meu redor de forma mais analítica, escrevendo umas notinhas aqui e ali. E talvez fosse o mesmo que João Ubaldo fizesse: ia beber sua cervejinha no bar de pescadores e pescava (ha) umas histórias que não dariam nem cinco minutos de prosa, mas que com habilidade e destreza se transformavam em belas reflexões. 

É isso, nesse momento a preguiça me consome, mas aguardem a próxima crônica, que será sobre o dia em que eu estava preparada e tinha uma pilha na minha bolsa. Reparem que estou usando a técnica de deixar vocês curiosos para que retornem - mas pode ter o efeito contrário: quem quer ler uma crônica sobre uma pilha? Até a próxima, espero!

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