WILCO, ESTRELAS E AMOR
Dia desses um amigo me recomendou a versão da Norah Jones de Jesus, Etc., música de uma banda que amo, Wilco. O cover é lindo mas a original, ah, a original é devastadora. Fui ouvir o álbum novamente (Yankee Hotel Foxtrot) e agora ele não sai da minha playlist. E a música está no repeat.
Não sei se já contei por aqui, mas sou uma pessoa muito sensível: o tão batido "choro até com comercial de margarina". E a melodia da música, as cordas, a letra, a letra - que já começa me pedindo para não chorar:
You can rely on me, honey
You can combine anything you want
I'll be around
You were right about the stars
Each one is a setting sun
Voices escape singing sad, sad songs
Tuned to chords, strung down your cheeks
Bitter melodies turning your orbit around
You can rely on me, honey
You can come by any time you want
I'll be around
You were right about the stars
Each one is a setting sun
Voices escape singing sad, sad songs
Tuned to chords, strung down your cheeks
Bitter melodies turning your orbit around
Skyscrapers are scraping together
Your voice is smoking
Last cigarettes are all you can get
Turning your orbit around
Our love
Our love is all we have
Our love
Our love is all of God's money
Everyone is a burning sun
Voices escape singing sad, sad songs
Tuned to chords, strung down your cheeks
Bitter melodies turning your orbit around
Skyscrapers are scraping together
Your voice is smoking
Last cigarettes are all you can get
Turning your orbit around
Last cigarettes are all you can get
Turning your orbit around
Last cigarettes are all you can get
Turning your orbit around
E uma simples música de alguns minutos me fez refletir sobre o amor, as estrelas, meu lugar no universo, a solidão, minha insignificância, a grandiosidade humana (afinal, todo mundo é um sol em chamas), o amor, o amor. E aí choro. E escuto a música novamente porque gosto de chorar, de sentir, de ter emoções tão humanas que me fazem viva e existente nesse universo misterioso.
Amor é um sentimento complexo; não é uma emoção primária, como muitos acham. Quando nascemos somos tão frágeis que necessitamos do cuidado de um adulto permanentemente, a fim de nos alimentar e preservar nossa segurança. Por isso o bebê sente apego pela mãe (ou pelo cuidador primário), e não amor. O amor é aprendido, cultivado e envolve inúmeras outras emoções. A cultura teve um papel importante na construção do ideário de amor romântico como o conhecemos hoje em dia.
Fico pensando: todos queremos ser amados incondicionalmente. Será que o amor não é um modo do ser humano de afirmar sua existência? Resistir ao tempo, à morte, pois quando estivermos nos decompondo no solo ainda existiríamos de alguma forma nas memórias e sentimentos de alguém. É um modo de perdurar, de continuar fazendo parte de universo, de continuar sendo uma estrela em chamas.
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